terça-feira, 16 de setembro de 2014

"A linha imaginária", onde as fronteiras se diluem


A cultura bilingue da fronteira Brasil-Uruguai, no território indefinido que o escritor jaguarense Aldyr Garcia Schlee define como "uma terra só", tem personagens como o poeta artiguense Fabián Severo, o cantor Ernesto Díaz, o folclorista Chito de Mello, o camelô "El Callejero", a professora Mirta Arizaga (Livramento/Rivera), a cantora uruguaia Tita Silveira, o comerciante palestino Abder Hussein El Jundi, o artesão brasileiro Hamilton Coelho (Chuí/Chuy), João Barbosa, Jorge Beson, Basilício Silveira, Ricardo Tadeo (Aceguá) e milhares de outros que vivem em dois países ao mesmo tempo.

A equipe da Moviola Filmes, produtora pelotense, filmou nas cidades gêmeas de Jaguarão e Rio Branco, no território duplo de Aceguá e nas bicidades de Livramento/Rivera e Chuí/Chuy. Uma bicidade é uma cidade só, construída sobre uma fronteira binacional seca (não marcada naturalmente por algum fluxo de água). Nessa área, a linha que separa as nações é imaginária, não está no chão da realidade.

O resultado deste trabalho é um sintético documento sobre o mundo de fronteira e suas características surpreendentes de mistura de costumes, de dependência do lado de lá, e de contrabando de tudo o que se possa imaginar. O filme foi publicamente estreado pela TV aberta em 23 de abril de 2014, entrou em 6 de setembro no circuito alternativo (Usina do Gasômetro, Porto Alegre) e está sendo enviado a festivais de cinema (v. making of de 14 min). Leia o post que mostrou o trailer e anunciou a estreia: "A Linha Imaginária" (entre nós e outros). Abaixo, bastidores da filmagem em Jaguarão, quando o título ainda era "Uma terra só".

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