sábado, 30 de agosto de 2014

A humanidade está jogando a vida no lixo

Nos últimos minutos desta sexta (29-08), o professor da UFPel Ney Roberto Bruck postou o seguinte relato, e concluía com um pedido de socorro: salvemos as vidas indefesas, e ajudemos a que sobrevivam.


O inesperado acaba me atraindo mais que o tédio do previsível, e é por isso que trabalho com psicologia das emergências. Vou contar uma coisa que aconteceu quarta-feira [27-08] e ainda está acontecendo.

Na frente da minha casa tem um container de lixo. Olho pra ele da janela de onde trabalho. E seria totalmente impossível imaginar que eu pudesse chorar dentro deste container.

Uma senhora me chamou dizendo que tinha um gatinho miando ali dentro. Era quase noite e fui até ali e de fato tinha um miado. Com a ajuda de um amigo que estava comigo na frente da casa, iniciamos a busca com um rodo e lanterna, tirando pacotes de lixo de um lado para outro e logo depois tirando os pacotes pra fora. Sem saber ao certo de onde vinha o miado, pensamos que o gatinho se deslocava no meio do lixo revirado. O tempo passando e nada de achar, decido entrar dentro do container e retirar tudo pra facilitar a busca.

De repente o mistério termina... acho um saco de plástico fechado, com 3 gatinhos recém nascidos dentro. Bah, não deu pra segurar e sabe quando vem aquela vontade de chorar sei lá de onde? É que todo mundo sabe que eu sou muito forte.

Atravessar a rua e panos com bolsa de água quente. Com o apoio e objetividade da Greice e do veterinário da Úrsula, que indicou uma loja que ainda estava aberta, providenciamos uma mamadeira pequena (que não deu certo) e um leite em pó próprio para esta situação (que deu certo). Estão sobrevivendo muito bem, tomando este leite com conta-gotas (veja em vídeo) e agora já iniciando na mamadeira. Inclusive fazendo xixi e cocô e miando muito, que parecem ótimos sinais de vida!

Ney R. Bruck
Fonte: Facebook

POST DATA
25-09-14
As três gatinhas resgatadas pelo professor Ney sobrevivem há um mês com alimento da mamadeira que aparentemente deu certo, neste caso com um símbolo político-ideológico (Facebook). 
Nossas ideias nos são instiladas muito cedo, com as primeiras gotas de leite materno, e as sorvemos como se delas dependêssemos. Muito mais tarde poderemos fazer um discernimento.

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