quinta-feira, 10 de abril de 2014

Tropicália, o filme


O documentário "Tropicália", lançado nos cinemas em 2012, descreve a efervescência cultural que se vivia no Brasil na virada dos anos 1960 para 1970, tempos pesados na política e de criatividade na música, poesia, teatro e cinema. O filme é dirigido pelo paulista Marcelo Machado (v. Wikipédia), que há trinta anos vem documentando aspectos da cultura brasileira. Aqui ele recupera imagens inéditas do movimento tropicalista e toma depoimentos de grandes nomes da época, como Gilberto Gil, Tom Zé e Sérgio Baptista (leia comentário do filme).

Esta sexta (11-04) às 20h em ponto, os pelotenses poderão ver por primeira vez este interessante registro, no Ciclo "A Filosofia e a Música no Cinema", coordenado pelo professor de Filosofia da UFPel dr. Luís Rubira, no Centro de Integração do Mercosul. A entrada é franca (retire senha no local, no dia da sessão).

O manifesto musical do tropicalismo, Tropicalia ou Panis et Circencis (clique para ouvir o disco completo) é um álbum coletivo de 1968, liderado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, incluindo a estreia discográfica d'Os Mutantes e participações de Gal Costa, Nara Leão e outros (v. Wikipédia). Conheça também sobre o livro Tropicália e ouça o disco Tropicália 2 (1993).

O neologismo tropicalia (sem acento, em latim) significa "as coisas tropicais" e a clássica expressão latina panis et circensis (grafia correta) tem o sentido de "pão e circo" (pão e jogos circenses). O duplo título do disco parece aludir a dois traços marcados do tropicalismo: o nacionalista e o libertário (a favor do trópico e contra a cultura oficial). O uso de palavras algo rebuscadas se deve ao ambiente controlador e repressivo da época; de fato o tropicalismo, confundido às vezes com o hippismo, foi abafado pelo regime militar.

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