sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Poema para um teatro calado


Teatral ... Mente

Somos deste teatro ... deusas e deuses
Neste palco estupefacto
Nestes diálogos mal conectados ... sorrisos e choros precipitados

Quando? Onde? Como? Por quê?
Personas sociais ... as quais interpretamos
sem saber/querer

[TRAVESSÃO] O teu fatalismo trágico
: sussurrou Melpômene

[TRAVESSÃO] O teu deboche fatalístico
: retrucou Tália

Quem abriu os sete ... personagens ?
Onde está nosso palco?
Até quando será negado este representar?
... nos será negado ?

A distância entre a vontade de fingir e o interpretar ... há

Afasta-te, Tália
Aproxima-se a tragédia de um povo sem palco

sete ... sete ... sete

Abriu? Reabriu?

Nesse cotidiano palco estúpido
Personagens sociopatas calados ... aturdidos
Neste nosso fatídico espaço cênico

E o que sabemos desta tragédia ?
... que amanhã é um novo dia ...

[TRAVESSIA]

ANASTTACIO N.
São Paulo - SP

Fotos: F. A. Vidal

Um comentário:

Anônimo disse...

Perceber num trabalho de jovem, a visitação ao teatro grego e suas musas, conhecendo seus detalhes, é encantador e nos enche de entusiasmo!
Parabéns NAnasttacio.
No século lV, Homero já era um clássico. E sua obra foi modelo para a civilização ocidental. Um poeta.
Hoje, a pobreza intelectual da grande maioria é alarmante.
Mas, há luz no fim do túnel quando se lê algum trabalho embasado nos clássicos ou referindo-se a eles.
Finalmente saíu a verba para a restauração do Sete de Abril. Assim, o final deste poema é perfeito: amanhã é outro dia!
Meu abraço fraterno, prof.ªLoiva Hartmann