sexta-feira, 10 de maio de 2013

Mostra do Grupo de Bagé (1950-1955)

"Fazendo marmelada", linoleogravura de Glênio Bianchetti (1952)
De 16 de maio até 30 de junho, o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo exibe a exposição “Grupo de Bagé”, dentro das comemorações da Semana dos Museus no Brasil (18 de maio é o Dia Internacional dos Museus). Abertura na quinta (16) às 19h. A curadoria é coordenada por Helena Kanaan, professora do Centro de Artes da UFPel. A informação foi publicada na internet sexta (3), pela Revista da UFPel, nº 34

O Grupo de Gravura de Bagé foi formado pelos gravuristas Glauco Rodrigues (1929-2004), Carlos Scliar (1920-2001), Glênio Bianchetti (1928) e Danúbio Gonçalves (1925). A seguir, transcrevo trechos da matéria.


Glauco, Glênio, Danúbio e Carlos
O Grupo de Bagé teve seu início com músicos e escritores e originou um movimento pela modernização das artes no Rio Grande do Sul. Portanto, esta mostra é um resgate da memória da nossa história artística.

As gravuras produzidas pelo Grupo denotam um refinamento da técnica, levando o Rio Grande do Sul a ser referência de uma modernidade que marcou a história das artes plásticas no Brasil, tendo forte influência do expressionismo alemão, de Cândido Portinari e Lasar Segall.

A mostra reúne gravuras de 1950 a 1955, época em que o grupo se reunia nos arredores de Bagé. Instigados por questões sociais, os quatro artistas se engajavam em favor da paz mundial. No campo desenhavam as paisagens, os trabalhadores, os animais, captando os comportamentos de um lugar, tudo o qual ficou registrado como a atmosfera própria desse passado recente.

Gravura de Danúbio Gonçalves (1951)
Com isso também mantinham o pensamento democrático de não fazer apenas uma obra, mas com a possibilidade da matriz, multiplicá-la e atingir um número maior de apreciadores. A vivência em meio ao Grupo era um constante debate e uma escola de aprendizagem sobre a técnica da gravura.

A mostra no MALG é uma oportunidade para saber mais também sobre essa técnica, através da mediação e demonstração com matrizes de madeira (a chamada xilogravura) e de linóleo (não o original, que já não se fabrica) que resulta como linoleogravura. A maioria das obras expostas foram feitas a partir dessas matrizes.

As 30 gravuras foram escolhidas de um conjunto de cerca de 70 obras do acervo do Museu Gravura Brasileira de Bagé. Elas se encontravam em estado precário e foram há pouco restauradas por Naida Corrêa, com o patrocínio de uma entidade privada de Bagé, com a consultoria da professora Andrea Bachettini (ICH/UFPEL). As profissionais realizaram a restauração com criterioso zelo, de forma a permitir que a história da gravura gaúcha reconte aos visitantes de agora cenas típicas daquela época.

Em 1986, o Instituto de Letras e Artes da UFPel teve como professor convidado um dos artistas do Grupo de Bagé. Danúbio Gonçalves formou a primeira turma da Universidade com habilitação em Gravura, deixando ensinamentos de valor inestimável para os profissionais que hoje são docentes na instituição.

"O jogo do osso", linoleogravura de Glênio Bianchetti (1955)

Sobre o Grupo de Bagé, veja o artigo A formação do Grupo de Bagé, a pesquisa de Clélia Camargo Os Quatro de Bagé, nota e comentário no blogue Amoras Azuis, e o verbete na WikipédiaO sítio do Espaço Cultural da Maya registra algumas obras deste grupo. Pode-se procurar por cerca de 3 mil artistas visuais na Enciclopédia Itaú Cultural.

Imagens tomadas dos links acima

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