terça-feira, 10 de julho de 2012

E se Pelotas falasse?

André Luís Leite publicou esta crônica ontem (9) no Diário da Manhã, com o mesmo título deste post. A propósito do aniversário da cidade, que a maioria destaca com grandes elogios e orgulhos, ele recorda a importância do lado humano, humilde e cotidiano, sem o qual não se faz uma vida humana, nem muito menos uma cidade.

Sempre imaginei Pelotas como uma sinhazinha antipática e prepotente do século XIX apaixonada por um afrodescendente de dois metros de altura com a cara do Morgan Freeman em Conduzindo Miss Daisy.

A comunidade negra teve uma influência tão grandiosa na formação cultural, comercial e social de Pelotas que talvez nem ela acredite.

Cada um imagina Pelotas a sua maneira, assim como fazem com Deus, e a partir daí vem uma sensação gostosa de contentamento bairrista divino.

Se Pelotas falasse, será que ela apoiaria as cotas raciais? O que Pelotas falaria a respeito da Fenadoce?

Será que Pelotas gostaria de envelhecer valorizando as ruínas de seus prédios históricos ou gostaria de ser maquiada com restaurações?

O que Pelotas pensa a respeito dos viciados que pedem socorro vagando por suas ruas esburacadas, estreitas e mal iluminadas? O que Pelotas acha da maneira de escrevermos nossa história e por consequência a sua? Pelotas é uma essência viva e única de 320 mil pessoas. E se Pelotas estiver pedindo carinho e amor?

Reverenciar sua memória até o final dos tempos ou construir uma nova Pelotas deixando o passado apenas nas memórias dos seres humanos e de suas máquinas de armazenar dados?

O que Pelotas quer para seu futuro nos próximos séculos ou milênios?

Uma cidade famosa, poderosa, grande e miserável ou uma cidade pequena e até mesmo esquecida mas feliz, acolhedora e assistencialista com seus filhos? De repente Pelotas não é uma cidade exibicionista e não curte turismo. Pelotas é uma turista e não um polo turístico.

Enfim, vamos utilizar nossa criatividade e imaginar Pelotas, seja como um brazão, um gaúcho ou a Cicciolina ou o que você achar melhor, e ver o que ela precisa.

Se cada um de nós fizer o melhor a cada metro quadrado a nossa volta, o resultado final será uma cidade honesta, tranquila e serena onde as existências de seus habitantes poderão ser desfrutadas na paz e na harmonia. Precisa mais?
Imagens da web

Um comentário:

Unknown disse...

Olá, achei muito interessante o blog.
Da uma olhada no nosso também, http://turismoefronteira.blogspot.com.br/ falamos sobre a Fronteira da Paz