sexta-feira, 8 de junho de 2012

Casa Grande e Senzala pelotenses

O jornalista e escritor Manoel Soares Magalhães reapresenta dez telas da série “No tempo das charqueadas”, que estreou em 2010 no Corredor Arte (veja nota). Exposta na sede da Sociedade Sigmund Freud, a mostra deverá chegar até os primeiros dias de julho, quando Pelotas comemora o bicentenário da Freguesia de São Francisco de Paula, origem da cidade.

Em quadros como o da figura acima, o artista expõe a proximidade entre a senzala e a casa grande no contexto do desenvolvimento pelotense, algo que poucos artistas e historiadores ousaram mencionar nestes 200 anos. O próprio Manoel diz que escolheu o modo primitivo e colorido da arte naíve, pouco conhecido no Rio Grande do Sul, para abordar este tema tão pouco estudado e doloroso para a comunidade pelotense.

Retratando aspectos da época de ouro de Pelotas (aproximadamente 1850-1900), o escritor que pinta se faz relator histórico e psicólogo do inconsciente coletivo da cidade. O inusitado da abordagem naíve, que cria o paradoxo da visão ingênua sobre a dureza da vida, lhe deu liberdade para narrar as contradições entre beleza e sofrimento, ostentação e espiritualidade, maldade e sensibilidade, a terra e a divindade, a humanização e a desumanização das pessoas. “No tempo das charqueadas”, portanto, revela-se ingênua e, ao mesmo tempo crítica, levando a refletir sobre a riqueza e, ao mesmo tempo, a crueldade na vida do pelotense no século XIX.

Abertura quarta (13) a partir das 19h30min. Visitação de segunda a sexta em horário comercial. Espaço de Arte Chico Madrid, Rua Princesa Isabel, 280, sala 302.

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns, Manoel. Mostras teu ecletismo.

Gil