domingo, 15 de janeiro de 2012

Dois séculos de uma cidade em crescimento

O atual prefeito de Pelotas, Fetter Júnior, traçou um histórico da cidade em poucas linhas, e o Diário Popular publicou terça-feira (10), com o título Bicentenário de Pelotas. Transcrevo-o abaixo, acrescentando subtítulos e ilustrações. Dado seu poder de síntese, o texto serve como referência para o estudo do passado e para a formulação de políticas de desenvolvimento.

Os 200 anos se referem à criação da Freguesia de São Francisco de Paula, antes da qual também existiu uma pré-história, aludida no artigo como a fase de "povoamento inicial". A história da cidade se estrutura com os primeiros passos de independência em relação a Rio Grande (1812 e 1832) e segue escrevendo-se até hoje, com alguns descendentes dos fundadores e com bom número de pelotenses adotivos. A comunidade toda pretende realizar a vocação de liderança que fez nascer e crescer a cidade.


Uma cidade é o resultado da ação de pessoas ao longo do tempo. O que foi por sucessivas gerações determina seu presente e projeta seu futuro. As rupturas e insucessos também deixam suas cicatrizes e estão presentes no inconsciente coletivo da comunidade, contribuindo para as expectativas e projeções. Pelotas é, assim, fruto de seus processos históricos e já viveu momentos de apogeu e de declínio.

Desde seu início, marcado pelos conflitos entre os impérios português e espanhol, abrigou diversificada população e acolheu variadas etnias. Por sua posição geográfica privilegiada à época (protegida pelo Canal São Gonçalo e com acesso ao Oceano), tornou-se importante centro industrial e comercial desde seu povoamento inicial, na segunda metade do século 18.

Século XIX

O reconhecimento se deu em 7 de julho de 1812, com a instalação da Freguesia, quando passou a sediar igreja e registrar nascimentos, casamentos e mortes. Em 1815 foi feita a primeira planta da ocupação urbana e seu crescimento a transformou em Vila em 1832, alcançando status de Cidade em 1835.

De lá para cá, viu sua economia expandir-se sensivelmente, tendo como motor a produção do charque, em longo ciclo que se prolongou até após a Primeira Guerra Mundial, quando os frigoríficos substituíram esta indústria.

A afluência gerada possibilitou enorme vitalidade cultural e política, bem como a diversificação econômica. A partir de 1850 foi palco de expressiva colonização de seu interior, com imigrações variadas (alemães, ingleses, franceses e italianos), que também dinamizaram sua produção agrícola e industrial. Estes empreendimentos foram, em sua maioria, feitos por particulares, com poucas colônias “oficiais” (cerca de 10% da área então partilhada).

Século XX

Também nas atividades urbanas foi palco de inúmeras migrações de profissionais, que lhe fortaleceram o comércio e a indústria, chegando até meados do século 20 como o grande polo da economia do interior do Estado.

Foi penalizada, após a década de 1930, com decisões geopolíticas que dificultaram a continuidade deste dinamismo, especialmente a Faixa de Fronteira. As últimas décadas do século 20 foram bastante difíceis e sua imagem desgastada por período de estagnação e perda de protagonismo.

Terceiro passo

O século 21 tem se revelado um Novo Momento, com boas perspectivas e retomada do desenvolvimento. A comunidade se engaja na celebração de seu bicentenário, cuja programação se iniciou nos 199 anos, em 2011, e se estenderá por 2012, com eventos dirigidos aos mais diversos segmentos.

Por isto, é hora de programar visitas a Pelotas onde, a cada mês, eventos significativos estarão ocorrendo e poderá ser conferida a bela história de nossa cidade, assim como desfrutados seus encantos do presente e suas otimistas expectativas quanto ao futuro.

Adolfo Antonio Fetter Júnior
Prefeito de Pelotas

Imagens: Wikipedia (aquarela de Herrmann Rudolf Wendroth), Skyscrapercity (2)

2 comentários:

Anônimo disse...

"Uma cidade é o resultado da ação de pessoas ao longo do tempo". Desnecessário acrescentar um vocábulo sequer!
Por isso, minha incompreensão da atuação de educandários, em todos os níveis, que abundam em nossa região, na incompetência em fecundar as mentes de crianças, jovens e adultos, com a riquíssima história da construção da Zona Sul, em especial, de Pelotas. Quando aqui aportei, aproveitei sempre o ensino do português e literatura, para despertar o amor pela história desta privilegiada região. Ninguém cuida ou ama o que desconhece. E a falta de capricho do cidadão com a sua cidade, é de abismar! E a falta de educação no trânsito, conhecida no Estado! De vereadores a alunos, passou d'a hora de mergulharem na bela jornada que é a história da Princesa do Sul: lugar apreciado por Deus, que colocou a maior lagoa em sua borda, a fim de regar não só a vida material, mas, principalmente, as inteligências e talentos aqui existentes. Se cada um fizer a sua parte, certamente, estaremos novamente no cume da cultura e da economia no Estado.
De quem ama e trabalha por Pelotas,
Prof.ª Loiva Hartmann

Marco Antonio Coimbra disse...

A cidade de Pelotas é bela. Esta se desenvolvendo e crescendo por todos os lados, haja vista o numero de construções e novos bairros que surgem a cada ano, é preciso cuidar de Pelotas para que novas gerações possam amar e cuidar bem desta terra.