domingo, 8 de maio de 2011

Terceiro cabeçalho

Em março de 2010, inauguramos nova fase no blogue (leia o post de anúncio), introduzindo a primeira Agenda Cultural, novos gadgets e o segundo cabeçalho de identificação (veja no fim desta nota). O primeiro deles apareceu em julho de 2009 (veja).
Desde o passado domingo de Páscoa, 24 de abril, marcando nosso terceiro ano de trabalho, o blogue apresenta o cabeçalho atual, que foi desenhado por Nathanael Anasttacio, autor dos dois anteriores.
A imagem reúne os dois principais conceitos deste projeto: o de mapeamento local, representado pelas ruas de Pelotas, e o de patrimônio simbólico, identificado por uma flor cultural. As imagens ali contidas sugerem a riqueza territorial desse patrimônio afetivo e criativo, distribuído em artes musicais, corporais, verbais (fachada do Teatro Sete de Abril) e visuais (detalhe de um quadro de Carmen Garrez). Nathanael Anasttacio compôs esse conjunto e a artista Carmen Garrez, que autorizou o uso de sua obra para este fim, batizou-o "Trevo das Artes".
No texto a seguir, o designer se refere à concepção deste cabeçalho (abaixo, o modelo de teste, que esteve visível até 1 de maio passado).

O ruído causado no lançamento de uma nova identidade visual lembra em muito o ruído do trânsito, a voz das ruas. Há várias estradas. Vários gostos. Opiniões distintas que ora trafegam em harmonia, ora divergem, causando choques. Todas as estradas, neste caso, convergem a uma discussão que, sem dúvida, é benéfica.
O ruído advém do retorno do que foi lançado à apreciação pública. Todo esse ruído lembra também a própria cultura, repetindo-se para manter-se viva. Todo esse ruído lembra a anáfora poética do sol do novo dia, sol que é sempre o mesmo a cada novo amanhecer.
A nova identidade visual deveria mapear esse ruído, esse pulsar da cidade e de sua produção diária; seja na fotografia, na internet, na dança, na música, na paisagem urbana, no graffiti, na pintura, na figura humana, no paisagismo, nos museus, nas ruínas e na sujeira, no que está às sombras, no que está às margens, no lugar-comum, na originalidade de buscar a origem desse lugar-comum.
Na simplicidade dessa busca por algo que representasse esse mosaico de intenções e leituras possíveis, chega-se a um padrão: o blog tem o caráter do próprio mosaico, fragmentado e sem postura fechada. Ao invés disso, um caráter aberto, que concatena, imbrica e fomenta a cultura de várias áreas.
Na simplicidade dessa colcha de sensações que nos cobre após um dia expostos à nossa cultura visual,
Na simplicidade de olhar para a cultura da nossa cidade e ver um pouco de uma cultura maior presente ali,
Na simplicidade de questão tão complexa, o passo determinante foi traduzir todos esses valores e visões em uma identidade que não privilegiasse e não excluísse nenhuma de suas bases.

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