domingo, 8 de maio de 2011

O portão de Vila Noêmia, 90 anos depois


A imagem acima, tomada por mim em abril de 2009, seria uma possível participante na Mostra Fotográfica Pelotas satoleP, anunciada para julho próximo (veja a nota), com a intenção de revisitar os lugares da cidade fotografados por Brisolara em 1920 e utilizados na ficção histórica "Satolep", de Vitor Ramil. No entanto, a foto não cumpre os requisitos da convocação, e fica aqui como estímulo aos possíveis participantes.
Trata-se da "Villa D. Noemia", casa construída em 1919 por Jorge Campello Duarte, ficando popularmente conhecida como Castelinho Duarte. Jorge era filho de Plotino Amaro Duarte, diretor e principal acionista do Banco Pelotense, que existiu entre 1906 e 1931.
Assim como o registro de Brisolara da casa recém construída (esq.), a foto mais recente também se reveste de valor histórico, pois o prédio em ruínas não existe mais (veja a nota Sumiço de um casarão). A nossa riqueza econômica e a aristocracia local se pulverizaram, restando alguns prédios restaurados para contar a história.
Ao longo do tempo, a decadência econômica de Pelotas foi deixando lembranças esparsas, mediante documentos, prédios e ligações familiares, e hoje ainda restam traços das glórias passadas.
Um século tem sido pouco para a sociedade pelotense aprender a aceitar as perdas gradualmente sofridas. Somente com o reconhecimento e a tolerância das próprias limitações poderemos utilizar nossas capacidades reais e ressurgir como um foco de riqueza humana.

2 comentários:

Alcena C V C disse...

Meu Deus!
vai chegar um tempo que em lugar
algum do Brasil vamos ter patrimônio
para que nossos filhos e netos veja!
Triste!

Patricia Campos do nascimento disse...

Sou bisneta do velho Jorge Campello. Dá muita tristeza de recordar a historia do Banco.... Só fiquei sabendo mais detalhes pela internet mesmo