segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A arte abre nossos olhos para ver o outro

Lorena Cunha Prado é um caso bem-sucedido de como a arte e os afetos positivos podem incluir uma pessoa nas vinculações sociais e no caminho de suas próprias potencialidades.

Portadora de necessidades especiais, aos 24 anos ela realiza sua primeira exposição, enquanto segue cursos de alfabetização e de artes plásticas (leia nota). Entre as obras expostas (até amanhã terça-feira) há pinturas, desenhos e bonecos artesanais em técnica mista.

Estimulada por sua mãe, a psicóloga Maria de Fátima Cunha, Lorena (esq.) participou no projeto "Novo Olhar para Especial Arte", realizado na UFPel de 2006 a 2008. O Instituto de Artes pesquisou como o tratamento da síndrome do autismo poderia ser enriquecido pela educação artística (leia artigo), mas suspendeu o projeto por ajustes internos da Universidade, na mesma época em que retirou a participação do Instituto do projeto do Corredor Arte.

Aliadas ao amor, as ciências podem reabilitar os seres humanos necessitados, e não simplesmente observar friamente como eles buscam seus caminhos. Educadores e médicos também são pessoas com talentos e com carências, assim como seus alunos e seus pacientes. A sociedade tem feito uma separação entre os que sabem e podem e os que não. Mas novos caminhos têm sido descobertos.

Na arte e na psicologia, também novas visões precisam enriquecer e complicar o entendimento dos mundos que permaneceram nos porões e nos sótãos da humanidade. No século XX, rompemos o preconceito de considerar as crianças como seres inferiores; já estamos entrando na compreensão da arte de esquizofrênicos e pessoas com diversas síndromes mentais e físicas. Precisaremos de novos rótulos, não pejorativos, para referir-nos às "especialidades" do ser humano e aos tipos de expressão plástica, cognitiva e emocional.
Imagens: Corredor Arte (1) e F. A. Vidal (2)

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