domingo, 6 de dezembro de 2009

Fotos de Gilberto Perin

A Noite Branca, idealizada pelo editor Alfredo Aquino, começou ontem (5) às 18h no Hotel Jacques Georges Tower, com uma exposição de doze fotografias de Gilberto Perin, jornalista e cineasta gaúcho.

Perin compõe imagens como quem respira, mas seu trabalho é em cinema e TV. Foi Aquino quem percebeu o valor profissional das fotografias e as reuniu numa mostra, que em Porto Alegre esteve no Centro Cultural CEEE Erico Verissimo, em agosto e setembro deste ano (veja nota).

A série logo foi exposta com sucesso em Paris e de lá vem agora a Pelotas, onde estará até 27 de dezembro no mezzanino do Hotel Jacques Georges Tower.

O olho do fotógrafo foi descoberto pelo olho do curador e crítico, que descreveu formalmente a obra do primeiro como imagens de fina escolha, de sensibilidade, às vezes com um sutil toque de humor mas revestida sempre de um enquadramento original e sentido estético.

Também estava descoberto um conceito pessoal e temas bem definidos: as pessoas e seus mundos particulares, o inusitado das paisagens urbanas, um surpreendente fio condutor com o qual o olhar peculiar do fotógrafo unia os cenários mais díspares.

Não é arte abstrata nem publicitária; parece não ter pretensão alguma, mas registra situações inesperadas, aparentemente irreais, às vezes introduzindo intencionalmente um elemento de simples bom humor.

"Conexões infinitas" (acima à dir.) é o título de uma das fotos, que dá nome à série. A imagem sugere com delicadeza a complexidade de fatos aludidos no livro "Os limites do impossível". Boa escolha do nome para a foto, para a exposição e para o marco de acolhida do livro de Schlee, publicado pela editora Ar do Tempo, de Alfredo Aquino.

A primeira foto acima é "A mão e a cruz" e foi tomada em Siracusa, Itália. "Trilhos" (esq.) é em Lisboa.

"Noite branca" (dir.) é o nome de outra foto de Perin, que mostra uma roupa branca ao vento, no meio de uma escura noite porto-alegrense. Teria relação com a Nuit Blanche francesa? Alusão à Cidade Luz? Metáfora do espírito humano, de infinitas e "impossíveis" conexões?

Não importa em que cidade, o fotógrafo escolhe detalhes aparentemente inconexos, propondo talvez que alguns elos sejam feitos. As imagens são um mosaico de significados, que, como termina dizendo Aquino na apresentação da série, possuem os recortes precisos para que os observadores reconstruam, eles mesmos, os próprios puzzles individuais.
Imagens do blog Ar do Tempo (1, 3 e 4)

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