quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Jantar de abertura da Quinzena

Alunos do SENAC preparam-se para servir 200 pratos de entrada
Transcorre até 31 de outubro a 6ª Quinzena Gastronômica de Pelotas, inaugurada oficialmente no Dunas Clube terça passada (13) com um jantar para os empresários, patrocinadores, imprensa e autoridades (notícia no Diário Popular).

Estive lá como colunista gastronômico do Amigos de Pelotas, por convite feito pelos organizadores ao editor Rubens Filho. Foi naquela noite que tomei uma das últimas fotos da Corte 2009 da Fenadoce (veja), cinco dias antes da nova eleição.

Além das ofertas dos 30 restaurantes, a Quinzena finaliza com um show especial: este ano será “Satolep Sambatown”, com Vítor Ramil e Marcos Suzano. O comensal que acumular os selos de 6 restaurantes, terá direito a 1 ingresso para 1 pessoa nesse espetáculo, dia 31 de outubro, no Teatro Guarani. A oferta não melhorou em relação a 2008, pois eram 5 os selos exigidos, além de que os pratos costumam ser para duas pessoas.

Bryan Chaplin
Para preparar o cardápio da noite de abertura, o chef Bryan Chaplin (esq.) – formado pela UCPel e pelo SENAC – inspirou-se no lema deste ano: “Tradição e requinte em sua mesa”.

O professor de Cozinha do SENAC apresentou-se com dez alunos (mais 20 garçons no serviço às mesas) e explicou cada prato, de grande simplicidade apesar de algumas palavras em francês: todas receitas típicas do século XIX, comuns em nossa cidade na época (para as famílias ricas, por certo).

A entrada começou a ser distribuída (primeira foto acima) cerca das 21h30min, logo após as apresentações. Percebi nos convidados, cerca de duzentos, uma pressa por comer: como eram somente bebidas a servir-se desde as 20h, o pequeno e delicado prato foi sentido como aperitivo, o que dificultou sua apreciação.

Coq au vin com arroz selvagem (e brócolis)
O nome – terrine de três pescados – induzia a engano, pois se tratava de um patê tricolor, de um só pescado, com as camadas em rosado (com tomate seco), branco (somente peixe) e amarelo (com cúrcuma). A apresentação visual, como desenhando uma pintura abstrata no recipiente, tão característica da culinária refinada, foi bem reproduzida pela equipe de Bryan.

Coq au vin (frango em molho de vinho tinto, champignon, bacon, cenoura e salsão) foi o prato principal (dir.), acompanhado de arroz selvagem e brócolis semicozida. A receita francesa usava tradicionalmente galos de criação, o que hoje em dia se faria de alto custo e de preparação demorada.

O resultado foi satisfatório em quantidade, mesmo para quem estava aqui jantando perto das 22h30; houve repetição. Quanto ao sabor, estava suave demais, pelo pouco sal. Paladares mais exigentes e analíticos que entrevistei sentiram falta de mais requinte e menos economia nos ingredientes.

Profiteroles com ganache e calda de goiaba
A sobremesa foram três profiteroles por pessoa, recheados com ganache (creme com chocolate) e calda de goiaba. Na foto à esquerda, a aluna do SENAC exibe o artístico prato, adornado com folhas de hortelã.

Em resumo, a noite foi um agradável encontro social de pessoas empreendedoras, preocupadas do desenvolvimento de Pelotas.

Os empresários gastronômicos mostram boas condições de atender turistas e a população pelotense mediante seus serviços, especialmente nesta 6ª Quinzena, que é um atrativo para conhecer a cidade.

No jantar, o lema de “tradição e requinte” foi observado no cardápio e na iluminação de velas, mas não houve música ambiental afim.

A confraternização humana e afetiva também seguiu o critério individualista, característico dos pelotenses.

A 6ª Quinzena oferece 30 pratos
Nesse contexto, os organizadores não puderam fazer que as pessoas saíssem de suas cadeiras para talvez conversar com mais de duas pessoas ao longo da noite ou apreciar a decoração de banners, que estava amontoada e sob holofotes no corredor de entrada (dir.).

O entrosamento começou depois da meia-noite, já com metade dos assistentes e a música a maior volume.

Esta crônica foi enviada por Slow Food para sua coluna de sábado 16 no Amigos de Pelotas, e não foi publicada pelo editor.
Fotos de F. A. Vidal

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