terça-feira, 18 de agosto de 2009

Mandalas artísticas

As mandalas são desenhos com sentido mental e espiritual. A palavra é sânscrita e significa algo como "círculo que contém a essência".

Concentrando-nos em círculos e quadrados, melhoramos o foco mental e nos conectamos com a unidade fundamental da vida, que passa por nós mesmos em direção ao infinito. Numa figura concêntrica podemos espalhar-nos e focalizar-nos.
Desenhar e pintar mandalas serve como meditação, autoconhecimento e busca da divindade unificadora. É uma técnica usada na religião, especialmente hinduísta e budista, e que inspira também os artistas mais místicos.
Luciana Cazaubon Leite expõe até amanhã, no bistrô do Centro Adail Bento Costa, duas dezenas de mandalas, compostas em vários materiais, principalmente elementos brilhantes. São obras artísticas, postas à venda como todas, mas sugerindo uma aproximação maior com a espiritualidade.
A variedade de cores é comum nas mandalas, e aqui observamos mais tons ocres (sugerindo conexão com a terra material) e lilases (relacionados com o misticismo e a imaginação sonhadora) - ambas, tendências essencialmente femininas. Ao mesmo tempo, a artista completa os círculos com muitos raios, que sugerem brilho do sol (o elemento masculino).
Cada uma destas mandalas sugere que o centro é feminino e as bordas, masculinas - exceto a da figura acima, onde homem e mulher se unem com sucesso para sustentar aquele ponto central, comum a ambos, e que além do mais é trinitário (esq.).
No banner de apresentação, Luciana explica que as mandalas têm efeito curativo e tranquilizador, segundo os estudos de Carl Jung. Qualquer pessoa pode fazer sua mandala, bastando desenhar um círculo sobre qualquer material e preenchê-lo com as formas e cores que a imaginação sugerir.

A peça dos fundos do Casarão nº 2 da praça Osório funcionou originalmente como a senzala da residência, que tinha seus escravos e empregados, mesmo não sendo uma fazenda. Na reforma do prédio com fins culturais, esse pequeno salão foi pensado como um bistrô, uma espécie de café com apresentações musicais. O projeto começou em 2006, mas não deu certo e o espaço está sendo usado como outra sala de exposições, ainda com o nome de "bistrô", como à espera de recuperar o sentido original.
Fotos de F. A. Vidal

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